Vítimas denunciaram esquemas que as obrigaram a fazer vídeos explícitos. OnlyFans diz que proíbe contas ligadas a prostituição, tráfico de pessoas e trabalho forçado, mas especialistas dizem que é difícil verificar prevalência de crimes na rede social de conteúdo adulto.
Pelo menos dois casos detalhados nos arquivos da polícia envolvem alegações de prostituição forçada.
Um marido e uma mulher comandavam uma operação de tráfico e prostituição em seis estados americanos antes de serem presos em um bairro organizado de Ohio, onde criavam dois filhos, segundo os promotores.
O marido supostamente usava o OnlyFans para organizar encontros sexuais com várias mulheres e vender pornografia que ele ordenava que elas fizessem. Ele aguarda julgamento; sua esposa recentemente se declarou culpada de acusações relacionadas.
Esses esquemas de tráfico sexual se baseiam em intimidação, violência ou falsas garantias de amor para pressionar as mulheres a fazer pornografia e mantê-las produzindo, segundo as vítimas e os promotores.
Os supostos criminosos eram, em sua maioria, homens – alguns acusados de espancar e estuprar mulheres, outros de tatuar seus nomes e rostos nas vítimas. Eles filmavam em locais privados, às vezes mantendo as vítimas em cativeiro por um ano ou mais, segundo os registros e entrevistas.
Um dia antes de ser resgatada, a mulher de Wisconsin escondeu um bilhete para a polícia no jardim da frente da casa em que dizia que “estava basicamente presa neste quarto para continuar ganhando dinheiro” para seu agressor.
O que diz o OnlyFans
Em seu site, o OnlyFans diz que proíbe a prostituição e a “escravidão moderna”, que inclui o tráfico de pessoas e o trabalho forçado.
A plataforma diz que seus moderadores analisam todo o conteúdo do site e são treinados para identificar e denunciar suspeitas de tráfico.
O OnlyFans liderou “um foco na segurança para as pessoas no espaço de conteúdo adulto”, disse a presidente-executiva da plataforma, Keily Blair, durante um painel de discussão em março.
De acordo com as regras da empresa, os criadores devem ter o consentimento por escrito de todos em seu conteúdo.
Mas até novembro de 2022, eles não precisavam mostrar essa prova de consentimento ao OnlyFans antes que a plataforma permitisse que seu conteúdo fosse publicado, de acordo com as recentes declarações de Blair a um comitê parlamentar do Reino Unido.
A empresa agora verifica a prova de consentimento antes de permitir que o conteúdo seja publicado, disse ela.
fonte: G1