A chegada das bets ao Brasil pode colocar em risco o futuro do jogo do bicho, de acordo com reportagem publicada neste domingo (12) pelo jornal americano New York Times.
O que aconteceu
Jogo do bicho parece passar por “crise existencial”, diz reportagem. Segundo o jornal, a quantidade ilimitada de sorteios e os prêmios maiores pagos pelas bets (ou apostas de quota fixa, na qual quem joga sabe quanto ganhará caso acerte) tem feito com que menos brasileiros se disponham a gastar com o bicho.
Idade média dos apostadores do jogo do bicho é outro obstáculo. A reportagem afirma que a maioria dos jogadores da loteria ilegal parece ter mais de 50 anos.
Bets movimentam quase R$ 140 bilhões em apostas por ano no país. Segundo a reportagem, o governo brasileiro estima que quase um quarto da população tenha feito apostas pela internet nos últimos cinco anos e que o gasto médio mensal com esse tipo de despesa ultrapasse R$ 20 bilhões.
Carioca entrevistada perdeu cerca de cerca de R$ 480 mil em dois anos com Fortune Tiger. A loteria online é popularmente conhecida como jogo do Tigrinho. “É difícil parar”, afirmou a comerciante Taiza Costa ao jornal.
Ascensão das bets deu início a debate sobre como regular atividade no Brasil. A reportagem destaca a variedade de jogos disponíveis, que vão de cassinos digitais a apostas ligadas a futebol. Um relatório de setembro do Banco Central mostrou que R$ 3 bilhões pagos pelo Bolsa Família foram gastos com bets.
Bets são febre no Brasil
“Pior que droga, é desesperador”, afirma apostadora online. Vitória Bittencourt, de 23 anos, perdeu R$ 50 mil de suas economias pessoais e acumula uma dívida de R$ 110 mil por conta de empréstimos feitos para apostar no Jogo do Tigrinho.
Apostas tiveram mais acessos do que pornô em 2024.
Fonte: Uol.